9.2.11

PRISIONEIRA DE RECORDAÇÕES


Lembro com carinho, quando ainda jovem, você, de bicicleta,  passava em frente a escola só pra me ver.
Lembro do nosso primeiro beijo, quente, molhado e cheio de promessas, assim como nossa primeira noite.
Lembro como foi fácil me apaixonar por você e te dar, pra sempre, um lugar especial em meu coração.
Lembro de nossas viagens, tão cheias de amor e afago.
Lembro das noites mal dormidas de tanto que nos amávamos durante toda a madrugada.
Lembro das loucuras e dos lugares com riqueza de detalhes.
Claro que lembro também das brigas por ciúme (meu e seu).
Lembro do rancho e dos dias que por lá passamos.
Mas o que mais me deixa saudosa, e é ai que me aprisiono, é do toque, do olhar, dos nossos corpos se enroscando.
Saudosa porque já não o tenho mais.
Partiu e me deixou. 
Eu, de tão cega, não notei que estava sozinha. 
Já não sei mais se é dependência ou obsessão.
Me flagro recordando momentos que se foram. 
Palavras jogadas ao vento. 
Declarações que hoje parecem ter sido ditas por que eram o que eu queria ouvir.
Ditas por impulso ou então pra me impressionar. 
E impressionou! 
Impressionou a ponto de me encarcerar numa prisão que luto diariamente pra tentar sair. 
De tentar já fracassei. 
Tentei por várias e várias vezes. 
Até me fortaleço quando não esta por perto. 
Ensaio minhas falas. 
Sei exatamente o que e como devo me dirigir a você. 
O péssimo é que quando se aproxima, me entrego ao teu cheiro, aos teus pêlos, ao teu sorriso sacana.
Até já me humilhei. 
Quando diz que hoje sou tua amiga me dói, mas deixo a dor e o amor próprio de lado e lhe suplico um beijo, um abraço, por inúmeras vezes e você continua distante, sem me tocar. 
Não é mais receptivo aos meus carinhos, ao meu amor.
Eu esperava tanto por tanto tempo.
Hoje só espero que essas duas cápsulas façam efeito rápido pra que eu possa dormir e quem sabe amanhã acordar  melhor...


Um comentário:

Anônimo disse...

Há quem diga que todas as noites são sonhos. Mas há também quem diga que nem todas, só as de verão. Mas no fundo isso não tem importância alguma. O que interessa mesmo, não são as noites em si são os sonhos...