30.5.11

Escolha



Não me trate como uma qualquer.
Mobilize-se!
Organize-se!
Não me deixe de lado.
Não pense que pode me encaixar em qualquer canto.
Não é assim que funciona.
Não mesmo!!!
Eu brava sou insensata.
Eu fria sou distante.
Eu amarga sou estúpida.
Vê bem onde me coloca.
Vê bem como me deseja.

A escolha é tão somente sua!

27.5.11

Pés no chão



Como é bom te ter ao meu lado
Saio do meu canto e me encanto
Tuas palavras, teu olhar, teu cheiro
Sinto-me reavivada e destemida
A fúria, a loucura e a solidão de ontem a noite
Somem de um jeito misterioso
Você compartilha comigo meus momentos mais terríveis, mais funestos
Diz que topa ir comigo onde for preciso
Isso me dá força e segurança
Me puxa e me alinha

Sinto-me novamente com os pés no chão

26.5.11

Mente


Envolto em seus braços havia alguém 
que não era ela. 
Carinhos e desejos revelados em seus olhares, 
e não eram os dela. 
Roupas espalhadas a caminho do quarto, 
e não eram as dela.
Sozinha e distante 
ela tenta não pensar em tudo que sabe,
em tudo que sente e ocorre. 
Se ocupa, pelo menos tenta. 
Mas sua mente é perversa. 
Invade e esculhamba com tudo.
Ela conhece as desculpas esfarrapadas. 
Já passou por isso antes. 
Por mais que tente, 
suas mente, por vezes, mente também. 

E assim segue.
Finge que não sabe.
Finge que não ouve.
Finge que não sente.
Finge que não vê.
Mente pra sua própria mente.

25.5.11

Quando fui chuva



Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!
Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca
E, mesmo que eu te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela

Maria Gadu

23.5.11

Faces e Fases


Você me quer santa;
E sou meretriz;
Você me quer pura;
Mas eu sou atriz;
Você me quer rara;
Mas sou comum;
Você tem desejos;
Eu não tenho nenhum;
Você me quer doce;
Mas sou puro fel;
Você me quer nua;
Me cubro com véu;
Você me quer Vênus;
Mas sou Plutão;
Você me quer virgem;
Mais eu sou leão;
Querem minhas fases e eu sou como a lua;
Cheia ou minguante, faço sombras na rua;
Cresço quando eu quero, se eu quero nova posso ficar;
Coro minha face, mas imponho a vontade;
Eu me mostro inteira, nunca sou a metade;
Cresço quando eu quero se eu quero nova posso ficar.

PS.: Música enviada por um amigo mais que amigo!